A saga para comprar um caderno pautado
Que mundo é este?
Caro leitor, já tinhamos saudades suas. De si, das férias, destes momentos.
E como aspirantes a influenciadores, nascidos noutros tempos, sentimos a necessidade do papel, da usabilidade que só um simples caderninho de linhas nos proporciona!
Começou assim a nossa aventura em terras algarvias, em 2020, bem diferente, se bem se lembram, da do verão de 2019, marcada pela impossibilidade de abastecer o pópó.
Felizes da vida, cheios de ideias, mortinhos por as fixar no papel, dirigimo-nos à primeira tabacaria que encontrámos e não imaginam o ar de espanto do senhor que nos atendeu. Simpático, mas um tanto surpreendidos disse-nos que já não havia procura que justificasse tê-los e que o mais seguro seria "irmos a um chinês" que ficava a umas dezenas de metros.
Chegados ao "chinês" e ávidos por ter o caderno nas mãos, pedimos ajuda à empregada. Solicita disse-nos que ainda "havia um restinho".
Pois é caro leitor... mas era um restinho de cadernos de desenho cheios de pó.
Não tivemos outro remédio senão recorrer ao digital, apple pencil e iPad, para fixar as ideias que tinhamos medo de perder.
Esta situação inusitada levantou-nos questões que queremos partilhar com o amável e paciente leitor.
- Fará sentido questionarmo-nos ainda sobre a inevitabilidade do digital?
- Fará sentido organizar congressos, estudos, investigações aprofundadas sobre os benefícios e malefícios do digital? Não será uma perda de tempo e de recursos financeiros?
- Não será melhor abraçar o digital de uma vez por todas?
O que pensa, caro leitor?
PS. Já tinhamos saudades de testar a sua paciência. Já sabe que os seus comentários são sempre bem vindos no fim de cada post. Prometemos pensar consigo, não para lhe dar respostas, que provavelmente não temos, mas para nos inquietarmos.
Pode ouvir aqui a crónica em podcast